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Saúde mental na infância e adolescência em tempos de Pandemia do COVID-19 – Dped – UERJ

Saúde mental na infância e adolescência em tempos de Pandemia do COVID-19

Enfrentar quase dois anos de pandemia não está sendo fácil para ninguém. Entre máscaras, vacinas, posturas inadequadas do governo federal, contas para pagar, família que adoece e convívio com o luto, os adultos estão num momento em que sua saúde está negligenciada, o dinheiro está escasso e a sobrevivência está sendo dramática. Mas… e as crianças e adolescentes? O isolamento prolongado, a quebra da sua rotina, o número de horas em ambientes virtuais aumentado subitamente, a ausência da escola presencial…. quais serão as consequências? Os efeitos imediatos vêm sendo sentidos diariamente por suas famílias: irritabilidade, desânimo, agressividade, aprendizado escolar comprometido, falta de atenção, alteração no ritmo do sono são queixas frequentes dos pais para os pediatras, médicos de família e outros profissionais de saúde.

E no futuro? O que podemos esperar? Ainda não temos respostas para isso, mas certamente a saúde mental de crianças e adolescentes está sendo profundamente afetada e observaremos algumas complicações a médio e longo prazos. Embora poucas crianças e adolescentes tenham complicações decorrentes da COVID-19, visto que seus sintomas geralmente são muito parecidos com resfriado ou, às vezes, nem existem, precisamos desenvolver estratégias de apoio a elas num momento histórico tão fora do normal. Tarefa difícil, onde o luto individual se mistura com luto coletivo, onde a crise econômica existente no nosso país se traduz numa alta taxa de desemprego e é potencializada por políticas públicas frágeis e descompromissadas com a sociedade.

Algumas pesquisas mostram que menores de 18 anos de várias regiões do mundo vêm apresentando o dobro dos casos esperados de depressão e ansiedade, se comparado com o período antes da pandemia. Os pesquisadores sugerem que este aumento se deu devido a ficar muito tempo em casa, sem contato com os amigos; devido a dificuldades financeiras familiares; a parada de frequentar a escola e ter rotina de estudos e, muitas vezes, pela experiência do luto, com a perda de parentes ou de pessoas próximas. Por isso, o retorno ao convívio na escola, a realização de atividades físicas, o encontro com familiares com a proteção adequada, a vacinação dos adolescentes são ações necessárias e urgentes, visto que o sofrimento mental que eles vêm apresentando pode refletir num aumento de casos de suicídio ou de tentativas de suicídio entre adolescentes, principalmente do sexo feminino.

As famílias devem ajudar seus filhos a superarem juntos esta fase crítica que vivemos. Trazemos aqui algumas sugestões para diminuir o risco de sofrimento mental de crianças e adolescentes:

  • estimule a atividade física frequente (mínimo de quatro vezes por semana) – pode ser simplesmente brincar na rua, jogar futebol com os amigos, caminhar, andar de bicicleta ou, se possível e desejável, realizar algum esporte coletivo ou individual supervisionado;
  • estabeleça uma rotina diária para seu filho (mesmo que ainda muito distante do que era o normal antes da pandemia) com:
  • 8 a 10 horas de sono por dia, tendo horário para dormir e acordar o mais próximo do que era no período da escola;
  • refeições em horários adequados;
  • progressivamente reduza uso de telas (computador, celulares, TV) para no máximo 3 horas ao dia (não contando as horas gastas em atividades escolares não presenciais)
  • reserve um tempo para conversar com seu filho e saber como ele está se sentindo neste momento. Sabemos que os adultos também estão sofrendo muito, mas as crianças e adolescentes certamente serão mais prejudicados emocionalmente se não forem apoiados. Entenda que nem sempre esse bate-papo será fácil. Como falado anteriormente, eles podem se mostrar irritados, agressivos e distantes. Tenha paciência e ofereça amor e colo.

Acima de tudo, temos que acreditar que este é um período que vai passar. Esteja atento às alterações comportamentais de seus filhos e procure ajuda do serviço de saúde mais próximo de sua casa se observar que algo não está bem com eles. Palavras como depressão, ansiedade, suicídio, automutilação parecem muito duras e distantes…. tolo engano…..estão mais próximas do que podemos imaginar.

Demorará para sermos os mesmos depois desta pandemia. Sociedade e profissionais de saúde que atendem crianças e adolescentes devem se unir para a preservação da saúde de nossas crianças e adolescentes.

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